sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Bambüddel

O início do semestre de aulas me motivou a escrever mais um texto sobre uma das escolas onde eu trabalho aqui em Bremen, a VHS. Tem mais ou menos um ano que a sede da escola foi transferida de um casarão em um bairro de classe alta de Bremen para um prédio high-tech de nove andares perto do centro. Pela história da escola, era mesmo meio esquisito que sua sede fosse em uma mansão em um bairro chique. A nova sede com certeza tem mais a ver com a história da instituição.

O prédio onde hoje funciona a Bremer Volkshochschule foi propriedade do comerciante judeu Julius Bamberger, que viveu de 1880 à 1951.Sendo judeu e vivendo aqui na Alemanha nesse período, não é difícil de imaginar o que aconteceu com ele, não é mesmo? Pois é, a perseguição nazista o obrigou a fugir para a Suíça, depois para a França e finalmente para os Estados Unidos. Seu edfício, que deveria ter sido o primeiro shopping center de Bremen foi bombardeado em 1945, mas mesmo antes disso, já tinha sofrido embargos mil, uma das medidas persecutórias utilizadas pelo Terceiro Reich.

Ano passado a VHS se mudou para esse prédio que é também conhecido como "Bambüddel". Dizem que o "Bambüddel" é todo high-tech. Eu falo "dizem" porque a tecnologia que eu vi até agora no prédio ainda não me impresionou. Mas tudo bem... é difícil impressionar com tecnologia alguém que já trabalhou no Sartre COC. Por isso, prefiro simplesmente dizer que deve ter muita coisa escondida que eu ainda não descobri... Como eu sou dessas pessoas que demora pra entender as grandes inovações tecnológicas, mas que se impressiona muito facilmente com pequenas coisas simples, tenho de confessar que o que mais chama a minha atenção no "Bambüddel" é o café e restaurante que tem no térreo.

Lá os funcionários sabem os nomes dos clientes e o atendimento é sempre acompanhado de um sorriso. E não é esse sorriso obrigado pela política da empresa, muito frequente nos atendimentos de nossos tempos, não. Sei disso porque é um lugar onde idosos e portadores de deficiência se sentem à vontade para demorar uns minutos a mais do que os outros para achar o dinheiro na carteira e o funcionários não ficam impacientes. Aliás pessoas portadoras de deficiência trabalham no Julius Café.
Esse tipo de delicadeza com outro aqui por essas bandas, me impressiona muito mesmo. Isso, e a vista lindíssima que se tem de toda cidade lá do último andar do edfício.

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