Êta que já faz um tempão que eu não posto nada!!! Andei afastada do blog não
por falta de assunto, mas por falta de tempo mesmo. Quero retomar o fio
da meada aos pouquinhos. O principal motivo de meu sumiço
foi minha viagem à Salvador. Como sempre, foi bom retornar, rever meus
amigos, minha família, estar em Salvador, comer acarajé...
Quando se mora fora do Brasil é normal sentir um certo estranhamento ao voltar. Claro que quando se está de férias tudo é festa e acaba que esse estranhamento não é levado muito a sério por ninguém. Mas quando se volta de vez, quando as férias são mais longas ou quando já se está fora do país a um tempinho considerável, esse estranhamento é mais óbvio pra todos. E horroroso pra quem o sente na pele.
Quando se mora fora do Brasil é normal sentir um certo estranhamento ao voltar. Claro que quando se está de férias tudo é festa e acaba que esse estranhamento não é levado muito a sério por ninguém. Mas quando se volta de vez, quando as férias são mais longas ou quando já se está fora do país a um tempinho considerável, esse estranhamento é mais óbvio pra todos. E horroroso pra quem o sente na pele.
De repente,
falar a sua própria língua parece meio forçado, você se incomoda com o povo
colando atrás de você nas filas, fica se perguntando cadê os dois centavos que
estão faltando no troco. Em casos extremos, seus amigos e família começam a te
achar meio esquisita, dizem que você está falando português com sotaque
estranho (ai, que que isso, né Sil?), se espantam de como você está pálida, te
chamam de alemã...
O único problema é que você ainda não se sente alemã, mas já não se sente como brasileira de verdade há muito tempo. Morar fora de seu país tem esse efeito: você fica meio órfã de nacionalidade. É preciso então aprender a ser flexível, tentar esquecer os rótulos nacionais e os esteriótipos bons e ruins que vem com eles e tentar aproveitar o melhor de cada cultura.
Hoje em dia eu gosto de feijoada e de Kohl und Pinkel (1). Gosto do calor e das praias de Salvador e do Bürgerpark de Bremen. Pra umas coisas eu sou mais Salvador, pra outras sou mais Bremen. Acho que essa consciência tem faciliado meu transitar entre meus dois mundos e me possibilitou dizer "Mãinha, o fêjão tá ferveno" quando estava em Salvador e "Moin Moin"(2) para o funcionário do aeroporto ao chegar em Bremen.
O único problema é que você ainda não se sente alemã, mas já não se sente como brasileira de verdade há muito tempo. Morar fora de seu país tem esse efeito: você fica meio órfã de nacionalidade. É preciso então aprender a ser flexível, tentar esquecer os rótulos nacionais e os esteriótipos bons e ruins que vem com eles e tentar aproveitar o melhor de cada cultura.
Hoje em dia eu gosto de feijoada e de Kohl und Pinkel (1). Gosto do calor e das praias de Salvador e do Bürgerpark de Bremen. Pra umas coisas eu sou mais Salvador, pra outras sou mais Bremen. Acho que essa consciência tem faciliado meu transitar entre meus dois mundos e me possibilitou dizer "Mãinha, o fêjão tá ferveno" quando estava em Salvador e "Moin Moin"(2) para o funcionário do aeroporto ao chegar em Bremen.
(1) Comida típica do norte da Alemanha,
consiste em uma folha tipo a couve, cozida e bem temperada, pernil, e
dois tipos diferentes de salsicha. Come-se com mostarda apimentada nos
meses frios e é a coisa mais deliciosa do planeta depois de caruru.
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