Prefiro dizer que 2015 foi
um ano cheio de desafios do que partir pra um português mais direto e dizer que
ele foi chato e difícil demais. As encrencas de 2015 não se resumiram à minha
vida pessoal. Na sociedade e na política foi como se uma novela mexicana cheia
de surpresas e tapas na cara a cada novo capítulo tivesse dominado a vida real.
Logo que percebi que o ano
ia ser desses, resolvi criar estratégias próprias pra conseguir aguentar os 365
dias dele com o mínimo de classe e sanidade mental. O resultado é que, no final,
eu acho que consegui. O ano está terminando e, em vez de ter pirado, estou aqui
sorridente, fazendo um balanço do que se
passou e ainda conseguindo considerar o resultado como positivo. É que as duas
estratégias que usei em 2015 são fantásticas para transformar qualquer desastre
pessoal em oportunidade de crescimento. Essas ferramentas são a atenção e o
agradecimento.
Eu acredito que quando as
coisas estão ruins a única coisa que ajuda de verdade é tentar enxergar a luz
no fim do túnel. O ditado “quem procura acha” é verdadeiro: se a gente procurar
um ângulo positivo nas coisas, vai acabar achando. Mas a procura é mais
demorada quando estamos desligados. Com essa certeza, passei a me empenhar em
enxergar o lado bom e as lições que poderia aprender de todas as situações
difíceis que se apresentaram para mim durante o ano. No início era uma coisa
forçada, mas logo se tormou hábito e não demorou muito até eu perceber que as
merdas continuavam a acontecer, só que elas iam me parecendo mais fáceis de entender
e aceitar.
Depois que eu compreendi que
as situções delicadas do ano eram verdadeiras aulas de crescimento pessoal para
mim, passei a agradecer pela chance de reconhecer isso e me tornei viciada em
agradecimentos. Hoje se chove fico agradecida por ter me lembrado de trazer um
guarda-chuva; se esqueci de trazê-lo, agradeço por ter pernas saudáveis que me
permitem correr até um abrigo; se estiver cansada no dia e não puder correr,
agradeço por um banho a menos que terei de tomar no dia, economizando, assim, a
água de casa. Quando eu quero, sempre encontro um motivo pra agradecer. É só
uma questão de foco.
2015 não foi um ano fácil.
Mas ele acabou sendo suportável graças à minha escolha de vê-lo de uma forma
diferente. Ainda não sabemos o que 2016 nós trará, mas o que nunca falta em
cada ano são escolhas e oportunidades. Só temos de ficar atentos pra aproveitar
o que nos faz bem e deixar pra lá o que não nos serve. Sendo assim, desejo a
todos nós um ano cheio de boas escolhas e cheio de motivos genuinos para
agradecer.
Que venha 2016!
Revisão de Nina Hatty
Revisão de Nina Hatty