domingo, 24 de junho de 2018

Colher morangos


Mais uma coisa legal do verão alemão são as frutinhas silvestres da estação como o morango, o mirtilo e a framboesa. Semana passada, fui com minha galera colher morangos e foi super divertido. Deixa eu contar:


Assim que abriu a temporada dos morangos, uma amiga que mora perto de um desses campos nos avisou e na primeira oportunidade lá estávamos nós com nossas vasilhas na mão. O esquema lá é colha e pague. Você chega, eles pesam seu vasilhame ou lhe oferecem um se você não tiver, lhe indicam qual locar do campo onde você pode ir e o resto é com você. Enquanto cata os morangos você pode comer quantos quiser. No final das contas eles pesam o que você colheu, e você paga apenas por aquilo que for levar pra casa. O quilo do morango neste campo saía por € 2,49. Fiquei boquiaberta porque no supermercado você leva apenas 500g pelo mesmo preço.

Colher morangos realmente vale à pena. Além do preço, tem o fato de que é um programa gostoso para se fazer com a família, sem contar com o fato de que você realmente escolhe as frutas uma por uma. Nada de surpresas desagradáveis no fundo da caixa. Além de ser um processo super meditativo.


Pouco antes de chegarmos lá, uma de minhas amigas, que já tinha tido essa experiências diversas vezes, nos contou que algumas pessoas quando percebem que encontraram uma área cheia de morangos vermelhinhos e doces, ficam tentando proteger esse espaço à qualquer cursto. Chegando lá, fiquei fascinada e achando que aquele campo de morangos era uma boa metáfora para algumas situações da vida.


Alguns de nós sofre da mania de achar que está sempre correndo o risco de estar em desvantagem. Então recorremos à filosofia da “farinha pouca, meu pirão primeiro” ou do quando achar uma área com morangos doces, não deixe ninguém chegar perto. Isso me parece uma grande bobagem. O campo onde estávamos era gigantesco. Com certeza tinha morangos suficientes para todos. 

Outra coisa que notei, foi que eu e minhas amigas quase não precisamos sair do lugar. Ali mesmo onde eu estava, ia olhando as plantinhas ao meu redor, levantando as folhas, de um lado e de outro, olhando com cuidado e os morangos vermelhos e doces estavam todos ali. Sem precisar ficar correndo de um lado pra o outro, sem precisar ter medo de alguém fosse chegar e pegar as melhores frutas.

É uma pena que a gente tenha mania de se preocupar muito com os outros da forma errada. Como na colheita recreativa em um campo de morangos, o que a gente precisa fazer é prestar um pouco de atenção às nossa atitudes e ao que está à nossa volta. Será que a gente precisa mesmo se preocupar tanto de que algo vá nos faltar? Será que o nosso não está bem ali na nossa frente e tudo que a gente precisa fazer é olhar com mais cuidado e levantar uma coisinha aqui e outra ali ao invés de ficarmos só olhando de forma negativa para aquilo que o outro consegue? 


Nem sempre os morangos à mais na cestinha do outro significa morangos a menos na nossa.O que a gente precisa é aprender a cuidar do que é nosso, de uma forma mais solidária, sem ter medo de sair perdendo e sem que para isso a gente precise atrapalhar o outro.


Vamos tentar?


Como sempre meu muitíssimo obrigada à Nina Hatty pela revisão.


quinta-feira, 14 de junho de 2018

À minha moda - Baixa de Sapateiros Fashion Week


Eu nunca fui muito ligada em tendências de moda, mas, claro, gosto de roupas e preciso delas. Até o momento em que comecei a escrever este texto, ainda não era muito comum em nossa sociedade andar nua por aí. Mas nunca tive muita paciência para comprar roupas, combinar looks, essas coisas. Isso sem contar que nunca tive muita criatividade nesse sentido. Se eu encontro uma roupa da qual eu gosto, grudo nela e passo anos vestindo pequenas variações da mesma coisa. Até enjoar ou descobrir outra coisa por acaso.

Até há bem pouco tempo, eu vestia muito o que me davam. Primeiro foi minha mãe e depois minha cunhada que, sem querer, assumiram o papel de personal stylists para mim (ai, como sou chic!). Elas chegavam para mim com uma peça de roupa e diziam “vista isso aqui”. Eu sempre achava horrorosa, protestava, dizia que não ia nem experimentar porque não iria gostar. Depois de meia hora de veste-não-veste, elas me venciam pelo cansaço e eu experimentava a tal da roupa que sempre me caía perfeita em todos os aspectos. Tamanho, estilo, cor e tudo.

Com o tempo, parei de resistir, até que virei adulta e minha mãe parou de ver sentido em vestir a filhinha como se eu fosse criança. Com minha cunhada, a mamata acabou depois que ela vendeu sua loja de roupas, secando, assim, minha fonte de regalias. Depois disso, me vi obrigada a pelo menos uma vez por ano enfrentar a grande selva das lojas de departamento na caça ao que vestir.

Quando me via abandonada à minha própria sorte na hora de escolher minhas roupas, comecei a desenvolver estratégias próprias de compras. Compro pouco e basicamente as mesmas coisas além de ter intensificado certas antipatias. De forma bem rabugenta, me recuso a comprar coisas e cores da moda, usando sempre tudo milhões de temporadas depois que já caiu de moda. Também tenho um verdadeiro jinjo a roupas com marcas enormes estampadas de forma visível. Não sou outdoor e nem obrigada a fazer propaganda pra ninguém de graça.

Mesmo com toda essa minha chatice, uma vez ou outra me vejo dando uns ataques de fashionista e acabo fazendo umas compras meio descontroladas. Da última vez que isso aconteceu, estava indo resolver umas coisas com minha mãe em Salvador, na Baixa dos Sapateiros. Pra quem não é de Salvador, a Baixa dos Sapateiros é.... não é o primeiro endereço que vem à mente quando se pensa em moda. Mas tô achando que deveria ser. Comprei coisas bonitas, baratas (todas as pecas custaram abaixo de 30,00 reais) e fiquei com saudade e vontade de ter um outro ataque desses por lá. 

Veja aí os meus achados:
Calça toda estilosa e confortável por R$30,00

Parece um pretinho básico, né? Deixa eu levantar e me virar pra vocês verem ele de costas...

Todo esse charme por R$25 reais

Momento sexy para os dias de piriguetismo. R$30,00.

Olha que escândalo ele atrás.

Vestido que te faz ficar com cara de rykka e famosa por apenas R$ 25,00.

Toda essa elegância por apenas R$30,00.



Espero que tenham gostado. Quem sabe da próxima vez a gente não se encontra por lá?


P.S. Um super obrigada a minhas queridas amigas Nina Hatty, que como sempre, revisou o texto com muito carinho. Aquele beijo enorme e muito obrigada à maravilhosa Clarisse Och pelas fotos incríveis e por me deixar ficar tirando onda de modelo em sua casinha. Um abraço todo carinhoso para as minhas meninas queridas, Flora Campe, Sil Fernandes e Stela Saleski pelo apoio moral, pela pilha que botaram pra eu fazer esse post mesmo, e Florinha que como se não bastasse, ainda fez o making off do babado todo. Amo vocês!