domingo, 10 de janeiro de 2021

AmarElo

Faz tempo que um disco não me emociona tanto quanto o AmarElo, de Emicida. Sim, eu chamo de disco mesmo - com toda consciência de que isso me faz parecer uma pessoa muito antiga. Tem nada, não. Sou coroa mesmo, com muito orgulho!

Imagem: Netflix
 

Mas vamos falar de AmarElo. Emicida lançou esse disco em 2019. De lá pra cá, fez um mega show no Teatro Municipal de São Paulo, um documentário, um podcast e deu pelo menos um milhão de entrevistas sobre esse seu trabalho. Desde seu lançamento, virava e mexia, eu me batia com essa obra.

Para mim, primeiro o AmarElo de Emicida apareceu em um podcast que eu gosto, em que se falou sobre ancestralidade, o poema Ismália e muito mais. Achei interessante, mas tinha uma lista enorme de coisas que eu quero ler, ouvir, escutar, fazer. Anotei o nome na minha lista de discos para ouvir e segui com a vida. Não demorou muito, lá está Emicida outra vez em outro podcast que eu gosto. Dessa vez, ele fala do processo de criação do disco. Muito interessante. Achei linda a forma como ele falou do processo. Fui anotar na minha lista de discos para ouvir e, chegando lá, encontrei a minha anotação anterior. "Segunda vez... nossa, tenho de escutar esse disco logo". Mas, mais uma vez a vida foi passando e eu fui dando prioridade a outras coisas.

Aí de repente o documentário apareceu na Netflix. Resolvi adcionar o disco a minha biblioteca no Spotify. Algumas semanas se passaram e eu pensei: tá na hora de escutar esse disco. Dei um play e fui arrumar minhas coisas e fazer uma minifaxina em meu escritório. Depois da primeira música, largei a vassoura caí sentada na cadeira e escutei cada música com muita atenção, de olhos fechados, prestando atenção em cada detalhe e devorando a sonoridade e as palavras de Emicida.

Por uma fração de segundo, cheguei a me chatear comigo mesma por não ter escutado antes. Depois disso, minha querida amiga e companheira de podcast, Flora, me perguntou: “Amiga, você viu o documentário de Emicida?”. Foi a gota d’agua. Foi desligarmos o telefone e eu ir assitir. Não queria mais perder nenhum minuto para saber tudo que pudesse sobre esse àlbum.

Fazia muito tempo que um disco não mexia tanto comigo. Depois de escutar ínumeras vezes no repeat, algumas faixas ainda me emocionam profundamente a ponto de me fazer chorar. Apesar de ser uma grande admiradora do poder e poesia das palavras, as de Emicida tocam muito fundo em feridas abertas que eu nem sabia que eu tinha.

AmarElo tem um força que, às vezes, vai ser como um soco no estômago, outras, como um abraço apertado de alguém que te ama. Por vezes ele escancara as feridas, em outros momentos, suas palavras vêm como um bálsamo. Em um único álbum, ele inflama, resiste e afaga.

Se dê esse presente: escute AmarElo e assista ao documentário de mesmo nome, de Emicida. No final das contas, vai ficar a certeza de que "tudo, tudo o que nós tem é nós" e que por isso mesmo "tudo está em paz".

Imagem: Google

 Um grande obrigada a minha querida Nina Hatty pela revis
ão:-).

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